terça-feira, 22 de outubro de 2013

Workers of the World. International Journal on Strikes and Social Conflicts Número especial: “CONFLITUALIDADE NO MUNDO RURAL CONTEMPORÂNEO: NOVAS ABORDAGENS PARA UM VELHO PROBLEMA”


Editor convidado do número especial: HISTAGRA (Research Group-USC)1
Submissão de artigos / Call for papers

Esta convocatória de artigos diz respeito a um número especial da revista Workers of the World (http://www.workersoftheworldjournal.net/) dedicado à Conflitualidade no mundo rural contemporâneo: novas abordagens para um velho problema; dirige-se a doutorandos e investigadores (independentes ou com relação com alguma instituição) de todo o mundo.

Os artigos poderão ser apresentados nas seguintes línguas: inglês, francês, espanhol, português e italiano. Os textos escolhidos serão publicados em inglês, cabendo aos próprios autores responsabilizarem-se pela sua tradução nos dois meses que seguem à aprovação da sua publicação.


Sobre o número especial:

Através desta edição especial a revista Workers of the World pretende evidenciar as potencialidades da Conflitualidade no mundo rural contemporâneo. Trata-se de repensar a conflitualidade daqueles que, como camponeses, trabalhadores agrícolas, arrendatários, agricultores, etc. trabalhavam a terra, a partir de novas aproximações metodológicas ou temáticas.

São responsáveis pela edição deste número especial, os membros de HISTAGRA: Lourenzo Fernández-Prieto, Daniel Lanero, Miguel Cabo, Ana Cabana, Antonio Míguez.

Abordamos neste número a conflitualidade no mundo rural contemporâneo. O
conflito camponês esteve na base da crise do Antigo Regime e das revoluções liberais; a sua luta pela terra causou grandes mobilizações e conflitos no seio dos sistemas liberais ou despóticos, quer seja a favor da reforma agrária (México, 1911, Rússia, 1917, Espanha, 1936, Portugal, 1974) ou da independência (Irlanda ou Finlândia), quer na sequência da emergência das novas nações centroeuropeias depois da Grande Guerra; depois de 1945 surge como protagonista da descolonização e das revoluções em muitos países da Ásia, América e África e
possibilita mesmo o desenvolvimento dos estudos camponeses no âmbito das ciências sociais.

Esta conflitualidade continua a ser reproduzida atualmente, surgindo agora
a nível ambiental ou identitário. Tal persistência exige novas aproximações ao
passado para melhor apreciar as diferenças e semelhanças entre os camponeses do passado e os agricultores do presente, entre proprietários e trabalhadores agrícolas, entre camponeses com múltiplas atividades e agricultores a tempo parcial ou entre os vários grupos intermédios das sociedades rurais.

Em qualquer caso, esta aproximação contemporânea não pode deixar de
mencionar a conflitualidade dos camponeses na Idade Média ou na antiguidade, continuamente a ser revisitada das perspetivas do presente e é por essa razão que também serão tidos em conta contributos nesse sentido para este número.

Para a escolha dos trabalhos que farão parte deste número, deverão ser
observados os seguintes aspetos.

a) Aspetos historiográficos, metodológicos e conceptuais. Camponeses em
conflito e camponeses como sujeito histórico. Trabalhadores agrícolas,
camponeses e agricultores em conflito interno e externo. Dos rebeldes
primitivos de E. Hobsbawm aos estudos camponeses de Th. Shanin para
chegar aos fracos armados de J. Scott, sem negligenciar os camponeses operários urbanos de E. P. Thompson.

b) Conflitos ambientais e produtivos. O meio e a produção; conflitualidade em
torno aos recursos produtivos e a sua utilização: conflitos sócio-ambientais
no âmbito da construção histórica dos agroecossistemas. A nova história
ambiental e a agroecologia oferecem aqui novas perspetivas.

c) Propriedade, posse e luta pela terra; com especial atenção para os bens comunais. Uma abordagem habitual na historiografia clássica britânica ou francesa. 

d) Identidades contrapostas (culturais, sociais, tecnológicas...): rural-urbano. R. Williams pode ser aqui uma das referências necessárias.

e) Camponeses, agricultores e conflitos políticos contemporâneos: liberalismo, socialismo, fascismo e democracia. Os debates proporcionados por B. Moore, T. Skopol e outros merecem ser revisitados neste ponto.

f) Emigração e conflitualidade agrária: a forma como os agricultores ou camponeses que emigram exportam ou desenvolvem novas formas de conflitualidade. E como os agricultores ou camponeses retornados criam ou importam novas formas de conflitualidade. Em suma, vários conflitos no tempo e no espaço podem ser observados de pontos de vista diferentes e por isso também seria oportuno, embora não imprescindível, o estabelecimento de um diálogo com as várias teorias das ciências sociais que estudam a ação coletiva (teorias de mobilização de recursos, conjuntura de oportunidades políticas, etc.).

Em qualquer caso, seja com que abordagem for, deve ser tido em conta que mais do que enfrentar questões metodológicas e teóricas de forma abstrata, os artigos propostos deverão apresentar os resultados de investigações empíricas sobre Conflitualidade no mundo rural, extraindo, ao mesmo tempo, as novas conclusões teóricas ou metodológicas que daí decorrerem e confrontando-o com outras aproximações.


Calendário • Envio dos artigos pelos autores: 01 de setembro 2013 – 15 de janeiro de 2014 • Processo de seleção pelo editor do número: 15 de janeiro de 2014 – 31 de janeiro de 2014 • Processo de avaliação: 1 de fevereiro – 15 de março de 2014 • Notificação de aceitação do artigo pela revista: 15 de março de 2014 • Submissão da versão final do texto (em inglês) pelos autores: 15 de março – 15 de maio de 2014 • Revisão final por parte dos editores: 15 de maio – 15 de junho de 2014 • Composição final: 15 de junho – 30 de junho de 2014 • Publicação on line: 30 de junho de 2014.
Nota: Não serão aceites artigos enviados pelos autores uma vez decorridos os prazos acima indicados.


Submissão dos artigos

Todos os artigos deverão ser enviados para o seguinte endereço histagra@usc.es, com CC para workersoftheworld2012@yahoo.co.uk.

Os textos poderão ser enviados em: inglês, francês, espanhol, português e italiano. Os trabalhos escolhidos serão publicados em inglês, cabendo aos autores responsabilizarem-se pela sua tradução nos dois meses que seguem à aprovação da publicação pela revista.

Na versão final, em inglês, os artigos não devem exceder as 5000 palavras (incluindo notas e espaços) e deverão ser apresentados utilizando a fonte Times New Roman de 12 pontos, espaçamento entre linhas 1.5.
Poderão ser consultadas informações adicionais sobre a edição em:
http://www.workersoftheworldjournal.net/index.php/autor-guidelines/english-version

Processo de seleção e avaliação dos artigos

Os artigos serão inicialmente selecionados pelo editor deste número especial acompanhando os parâmetros especificados neste documento.
No total, vinte artigos serão enviados anonimamente para avaliadores por parte do editor. Cada trabalho será sujeito a revisão por dois avaliadores.
O editor escolherá doze textos a publicar de acordo com os comentários que realizarem os avaliadores.

Para informações adicionais, contactar o editor da edição especial no seguinte endereço: HISTAGRA histagra@usc.es